Idosos perdem até 50% de suas economias antes do diagnóstico de demência
10/07/2025
(Foto: Reprodução) Para mitigar o problema, vêm surgindo iniciativas para educar as instituições financeiras a lidar com o desafio. Na coluna de terça-feira, escrevi sobre um levantamento realizado pelo Fundo Monetário Internacional, que analisou dados de um milhão de indivíduos acima dos 50 anos, em 41 países. A pesquisa mostrou que nossos cérebros estão mais afiados que os de gerações anteriores. No entanto, é preciso estar atento a mudanças sutis que indiquem o início de um processo de declínio cognitivo. É difícil que a análise parta da própria pessoa. Afinal, temos a tendência de evitar sentimentos negativos, com pensamentos do tipo: “isso não vai acontecer comigo”. Também costumamos alimentar uma falsa ilusão de superioridade, como se conseguíssemos enfrentar qualquer adversidade.
Episódios recorrentes de pagamentos atrasados e queda na pontuação de crédito podem anteceder o diagnóstico de demência em até seis anos
Aging without limits: In-Press Photography
A questão é que a capacidade de lidar com as finanças pessoais se deteriora num quadro de declínio cognitivo. Estudo feito em 2020 com beneficiários do Medicare (o programa de seguro de saúde norte-americano) e refeito em 2023 – que confirmou os dados anteriores – identificou que episódios recorrentes de pagamentos atrasados e queda na pontuação de crédito podiam anteceder o diagnóstico de demência em até seis anos. Os idosos perdiam, em média, 50% das suas economias no período anterior ao diagnóstico.
A dificuldade de usar serviços bancários, como caixas eletrônicos e aplicativos, acaba facilitando o abuso financeiro e a ocorrência de fraudes. Para mitigar o problema, vêm surgindo iniciativas para educar as empresas financeiras. A AARP, que representa perto de 40 milhões de aposentados norte-americanos, criou o BankSafe Dementia Hub, uma plataforma para ensinar bancos a reconhecer clientes com declínio cognitivo e criar protocolos para servi-los com empatia e segurança.
De acordo com a AARP, 84% dos profissionais que trabalham com finanças afirmaram ter pelo menos um cliente com sinais de demência; e 96% reconheceram não estar preparados para conduzir a situação. Aqui estão cinco sinais que devem chamar a atenção:
Dificuldade em manusear dinheiro vivo, como contar notas ou dar troco.
Demora excessiva no preenchimento de formulários.
Repetição da mesma pergunta inúmeras vezes.
Atraso frequente em pagamentos.
Contribuições e transferências incompatíveis com o perfil da pessoa.
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