Líder indígena suspeito de abusar de turista chilena é preso ao se apresentar em delegacia do Acre

  • 10/07/2025
(Foto: Reprodução)
Isaka Ruy Huni Kuî se apresentou à Polícia Civil de Feijó e foi preso nessa quarta-feira (9). Ele aguarda a audiência de custódia nesta quinta (10). Indígena negou novamente as acusações. Isaka Ruy foi denunciado por turista por estupro Mardilson Gomes/SEE/Arquivo O líder indígena Isaka Ruy Huni Kuî, acusado de estupro pela turista chilena Loreto Belen, se apresentou à Polícia Civil de Feijó, interior do Acre, e foi preso nessa quarta-feira (9). O indígena chegou à delegacia acompanhado de advogados e prestou depoimento ao delegado Dione Lucas. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Após o depoimento, o delegado cumpriu o mandado de prisão preventiva decretada no dia 27 de junho. Isaka Ruy passou por audiência de custódia nesta quinta (10) e foi liberado pela Justiça. O indígena negou novamente que tenha abusado de Loreto Belen, durante o depoimento, disse que havia saído da comunidade indígena após acompanhar um grupo de turistas em uma vivência na floresta e não sabia da acusação. Ao ser informado, contratou um advogado e iniciou as negociações para se apresentar e prestar esclarecimentos. "Preciso investigar mais, ouvir mais testemunhas, os turistas que estavam na aldeia, que participaram das vivências, do banho matinal. Ele nega o abuso, diz que ela que tentou se relacionar com ele, mas não quis. Até agora não achamos o celular dela, vamos tentar pelo iCloud para tentar localizar. Ela ainda não forneceu o iCloud, o pessoal da aldeia diz que procurou o celular pra devolver, mas não encontrou", disse o delegado responsável pelo caso, Dione Lucas. A chilena formalizou a denúncia na delegacia de Feijó no dia 23 de junho. Loreto chegou à comunidade no dia 15 de maio e ficou mais de um mês na localidade. Em contato com a advogada Maria da Guia, que defende o suspeito, a defesa informou que vai se manifestar sobre o caso após a audiência de custódia. Durante o período que permaneceu na aldeia, Loreto diz que sofreu, pelo menos, três tipos de abuso sexual cometidos pelo indígena, sendo o último no dia 17 de junho. Loreto Belen Manzo estava na terra indígena para participar de imersão cultural Reprodução/Instagram Depoimento Ainda segundo o delegado, o indígena confirmou que teve uma conversa em particular com a vítima, em uma área mais afastada da aldeia, contudo, negou que tenha praticado algum tipo de abuso. "Não tinha mais ninguém perto, fica a palavra de um contra o outro. Ele disse que ela o atacou e tentou ir em direção ao centro cultural, que foi quando a esposa dele soube e deu uma confusão", explicou o delegado. LEIA MAIS Turista chilena denuncia líder indígena por estupro em aldeia no Acre: o que se sabe sobre o caso Turista chilena denuncia liderança indígena por estupro durante visita em comunidade no AC; suspeito nega Líder indígena denunciado por estupro de turista chilena em aldeia no Acre está foragido, diz polícia O líder indígena afirmou também que a turista não foi agredida pela esposa. "Seguraram [a esposa] e não agrediu ela. O laudo do exame de corpo de delito apontam algumas vermelhidões no corpo dela [turista]. Vou continuar investigando para saber o que aconteceu, vou chamar outras pessoas que estavam na aldeia para prestar depoimento", complementou. Ao todo, o delegado já ouviu cinco testemunhas, dentre turistas, o suspeito e deve ouvir a turista novamente ao final do inquérito. "Tenho cinco declarações, prints, vou chamar mais alguns turistas que estavam lá para depor. Fica difícil, com o que está nos autos, dizer o que ocorreu", destacou Dione Lucas. Turista chilena denuncia liderança indígena por estupro durante visita em comunidade no AC Denúncia Loreto Belen chegou à comunidade no dia 15 de maio e ficou mais de um mês na localidade. Durante esse período, ela contou que sofreu, pelo menos, três tipos de abuso sexual, sendo o último no dia 17 de junho. Além de denunciar o caso na delegacia de Feijó, a vítima também relatou o caso nas redes sociais, em um vídeo. Ela visitou a terra indígena pela primeira vez em janeiro deste ano, quando passou 15 dias estudando a medicina da floresta. No dia 15 de maio, ela voltou à comunidade para viver outra experiência na natureza. A turista comprou um pacote por cerca de R$ 5,5 mil para ficar várias semanas no local. Contudo, segundo ela, a experiência tornou-se um pesadelo quando Isaka Ruy, um dos líderes indígenas, teria começado a tocar suas partes íntimas durante algumas atividades, tentado beijá-la à força e a estuprado no dia 17 de junho. Violência contra mulher: como pedir ajuda A turista disse que resolveu denunciar o que ocorreu na aldeia para que outros visitantes não sejam vítimas. "Espero que outras pessoas não passem pelo que passei. Acho que tive coragem e força espiritual para falar e enfrentar essa situação. Não quero difamar ninguém, meu objetivo é que outras mulheres possam levantar a voz e isso não se repita", incentivou. O delegado Dione dos Anjos Lucas confirmou que a vítima foi ouvida na delegacia, fez exames de lesão corporal e sexologia forense no hospital do município e apresentou vídeos gravados nos momentos do abuso. A turista recebeu ainda apoio e assistência do Departamento Bem Me Quer da Polícia Civil, que auxilia mulheres em situação de vulnerabilidade, e do Organismo de Políticas Públicas para Mulheres (OPM). A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda: (68) 99609-3901 (68) 99611-3224 (68) 99610-4372 (68) 99614-2935 Veja outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher: Polícia Militar - 190: quando a criança está correndo risco imediato; Samu - 192: para pedidos de socorro urgentes; Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres; Qualquer delegacia de polícia; Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel. Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia; WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008; Ministério Público; Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Reveja os telejornais do Acre

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/07/10/lider-indigena-suspeito-de-abusar-de-turista-chilena-e-preso-ao-se-apresentar-em-delegacia-do-acre.ghtml


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