Tarifaço de Trump: exportações da região superam US$ 1,2 bilhão em 2025; veja itens mais vendidos
10/07/2025
(Foto: Reprodução) Cidades do Vale do Paraíba e região bragantina exportam diversos itens ao país norte-americano, que nesta quarta-feira (9) anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Tarifaço de Trump tem previsão de impacto na exportação de cidades da região para os EUA
Um levantamento feito pelo g1, com base em dados públicos de comércio exterior, mostram que as cidades do Vale do Paraíba e região bragantina exportaram mais de US$ 1,2 bilhão neste ano aos Estados Unidos. Desde 2024, o montante supera os US$ 4,5 bilhões.
Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, o que deve afetar diretamente a região.
Veja valores e os itens mais exportados pelas cidades da região aos EUA em 2025:
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A decisão de taxar o país deve impactar as exportações das cidades que compõem a região, como São José dos Campos, que em 2024 foi a segunda cidade do país com maior número de vendas ao mercado americano, ficando atrás só do Rio de Janeiro (RJ).
No ano passado, São José exportou 1,9 bilhão de dólares em produtos aos EUA. A principal exportação foi do setor de aeronaves e aparelhos espaciais.
Considerando toda a região, os Estados Unidos pagaram mais de 3,3 bilhões dólares em produtos da região, onde 24 cidades exportaram ao país.
Empresas como Embraer exportam aeronaves para os EUA e podem ser afetadas
Embraer/Divulgação
Além de São José, outras cidades do Vale do Paraíba se destacaram em 2024. Confira um top-5 abaixo:
São José dos Campos: 1.902.657.545 de dólares (principal exportação: aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes)
Ilhabela: 623.810.709 de dólares (principal exportação: combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais)
São Sebastião: 356.200.766 de dólares (principal exportação: combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais)
Pindamonhangaba: 159.059.430 de dólares (principal exportação: alumínio e suas obras)
Taubaté: 103.277.889 de dólares (principal exportação: reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes)
Avaliação
Na visão da economista Carla Beni, professora da Fundação Getúlio Vargas, mesmo se o tarifaço anunciado se concretize, o Brasil tem alternativas, já que os produtos exportados para os EUA são de interesse de outros países, podendo abrir novas negociações para exportações fora do eixo americano.
“O que o Trump acabou de fazer é dar um reforço gigantesco para o Brics e para o Mercosul. O que o Brasil exporta para os Estados Unidos são produtos muito desejáveis, o mundo inteiro quer petróleo, quer café, né? São produtos que têm muito mercado”, avaliou Carla.
"Temos que conferir se realmente a ameaça será cumprida e, se for cumprida, aí teremos outro problema que é a busca por novos mercados e a adequação a esse percentual, mas a chance dele (tarifaço) se manter é baixa, pois isso vai ter uma elevação dos preços de uma forma gigantesca para o consumidor americano”, completou a economista.
O g1 procurou a Embraer, fabricante de aviões com sede em são José dos Campos, mas a companhia não quis comentar o assunto.
Porto de São Sebastião (SP)
Divulgação/Governo de SP
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