Viúvo não queria que idosa morta envenenada comesse bolo de pote, mas ficou constrangido de desagradar suspeita
03/01/2024
(Foto: Reprodução) Ele também participava do café da manhã e não comeu o doce porque tem diabetes. Além da idosa, o filho dela morreu; advogada suspeita do crime está presa em Goiânia. Advogada Amanda Partata (lado esquerdo), Leonardo Pereira Alves (meio) e Luzia Alves (lado direito), em Goiânia, Goiás
Reprodução/Redes Sociais
O viúvo da idosa Luzia Tereza Alves, morta envenenada junto com o filho, disse à polícia que não queria que a esposa comesse o bolo, mas ficou constrangido de desagradar Amanda Partata. Para a Polícia Civil (PC), não há dúvidas de que a advogada matou o ex-sogro e a mãe dele dando bolos de pote com veneno.
O envenenamento aconteceu no último dia 17 de dezembro, quando Amanda foi até a casa da família do ex-namorado levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco e bolos de pote. Três dias depois, Amanda foi presa, quando negou ter cometido o crime. Segundo a polícia, ela fingiu passar mal durante o depoimento.
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João Alves Pereira, de 82 anos, marido de Luzia e pai de Leonardo Pereira Alves, prestou depoimento à Polícia Civil (PC) dez dias após o crime, em 27 de dezembro. O viúvo deu detalhes sobre o último café da manhã que tomou com a esposa e o filho, antes de eles morrerem. João disse que não comeu o bolo no pote por ter diabetes.
Durante o depoimento, o idoso revelou que a esposa também tem diabetes e, por isso, pensou em pedir que Amanda não desse o doce para Luzia. Porém, segundo ele, como sempre foi muito simples, não teve coragem de desagradar a advogada. João também disse que viu a esposa e o filho ‘agonizarem de dor’ após comerem bolos envenenados.
Vídeo mostra quando advogada chega à casa da família e abraça ex-sogro
Laudo da perícia
O veneno da nota fiscal é o mesmo encontrado nos alimentos que a suspeita serviu às vítimas no dia do crime e nos cadáveres analisados pelo Instituto Médico Legal (IML).
De acordo com a investigação, a advogada comprou 100 ml do veneno, quantidade suficiente para matar várias pessoas. O laudo da Polícia Científica apontou que a substância foi colocada em dois potes de doces.
A Polícia Científica disse ainda que o veneno é considerado 'potente' e foi usado em grande quantidade. Mesmo em pequenas doses, a substância é tóxica e letal, e não tem sabor nem odor, ou seja, não é possível ser percebida.
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A perita criminal Mayara Cardoso informou que foi realizado um exame toxicológico em amostras coletadas no local do crime e amostras retiradas dos corpos das vítimas. Mais de 300 testes para agrotóxicos, remédios e outras substâncias foram feitos.
O nome da substância não foi divulgado. Ao todo, foram analisadas quatro amostras de bolo, das quais duas estavam contaminadas. Também foram analisadas colheres, sucos e outros itens encontrados no local. A substância não foi encontrada no suco do café da manhã da família.
Veja o que advogada fez antes e depois da morte de ex-sogro e mãe dele
Crime
Conforme a Polícia Civil, na manhã de 17 de dezembro, Amanda Partata foi até a casa da família do ex-namorado levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco e até bolos de pote de uma famosa doceria de Goiânia.
Estavam na casa: Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado; Luzia Tereza Alves, avó do ex-namorado; e o marido de Luzia. Destes, apenas o último familiar não tomou o café da manhã. Logo após comerem, o ex-sogro e a mãe dele começaram a passar mal. Eles morreram horas depois.
Investigação
Mais de 50 horas de vídeos de câmeras de segurança, documentos, quebra de sigilo fiscal e depoimentos foram analisados na investigação da Polícia Civil. Ao todo, foram 12 dias de investigação. Os vídeos de câmeras de segurança são desde o dia 14 de dezembro, quando Amanda viajou de Itumbiara para Goiânia, até 20 de dezembro, dia da prisão dela.
Entre as imagens, estão:
Amanda chega a Goiânia e se hospeda em um hotel, no Setor Marista
Ela faz compras e gasta R$ 3 mil em uma loja de grife
Suspeita compra flor e alimentos para o café da manhã com a família em um empório da capital
Imagens do elevador do hotel mostram Amanda com uma caixa em que está o veneno que comprou
Vídeo mostra chegada da advogada na casa da família que é recebida pelo ex-sogro com abraço minutos antes de envenená-lo.
Desabafo
Ex de advogada suspeita de matar pai e avó dele diz que não imaginava tamanha brutalidade
O médico Leonardo Pereira Alves Filho, ex da advogada e filho de uma das vítimas, se pronunciou sobre o caso pela primeira vez na tarde do dia 26, após prestar depoimento à polícia. Ao lamentar a morte do pai e da avó, ele disse nunca ter imaginado algo que justificasse "tamanha brutalidade".
"A gente nunca imaginava qualquer coisa que justificasse tamanha brutalidade. E a gente tá vivendo nosso luto. Tem sido muito difícil", desabafou o médico.
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